sábado, maio 24, 2008

História de encantar

Num dia escuro, a atmosfera, fria como breu, decidiu por bem ou por razão, acordar-me em dia de S. João. Enquanto o relógio apontava ainda para a madrugada, já muito bichinho do campo e animalzinho voador, passeava alegremente pelo átrio. Todos ainda meios ensonados enrolados em cobertores de algas, de folhas e margaridas viajavam rumo ao sul. Da madrugada, nasceu o dia e com este, a chegada ao final da viagem. Os bichinhos do campo e os animaizinhos voadores poderam assim saltar em flores nunca antes vistas, estavam a visitar a terra em que os vulcões espirravam como baleias, em que o calor fazia arco-íris, em que os pinguins falam como pessoas e os tubarões brincam com as raias. Esta é a tal terra em que as estrelas caminham na terra mas que só a alguns se mostram, em que os sorrisos são lembranças preciosas, são memórias fotográficas de tempo intemporal. Conheço uma estrela assim, que ilumina a cada passo que dá, que o seu sorriso faz nascer flores e o seu perfume faz uma brisa cintilante no ar. Tenho a minha estrela guardada só para mim, no melhor compartimento do meu corpo e da minha alma, tenho a minha estrela junto a mim.