quinta-feira, setembro 06, 2007

Ícones

O mundo da música teve esta semana duas notícias em relação a dois dos seus ícones. Por ordem cronológica, a Apple renovou o seu stock de ipods. Entre algumas novidades destacam-se o novo iPod nano, que agora lê video tal como o irmão mais velho, e o ipod touch. Este último é talvez o produto que mais chama a atenção do público, o tão esperado ipod com o interface do telefone da apple (iphone) chegou finalmente. Tal como o iphone, apresenta um ecrán táctil e ligação à internet wi-fi. É no fundo um iphone sem a parte do telefone e sem dúvida que ao mesmo tempo é uma boa jogada da apple em termos de marketing mas é também uma oportunidade para dar a machadada final no moribundo Zune (leitor de mp3 da Microsoft) que apesar de ter algumas características interessantes nunca conseguiu ultrapassar o conjunto vencedor ipod + itunes da empresa da maçã. No entanto, a ligação wi-fi presente no novo ipod, já tinha sido experimentada no leitor da microsoft, mas sem sucesso algum, mais uma vez a empresa do word e do excel não conseguiu aproveitar as enormes possibilidades que essa tecnologia sem fios poderia proporcionar num aparelho deste género. Mas a apple não fica por aqui, e assim criou uma loja itunes para o ipod touch e para o iphone, agora qualquer pessoa poderá comprar música na loja da apple desde que tenha uma ligação wi-fi.

Como este post é para falar de ícones em relação à música, esta semana uma das mais altas estrelas do mundo da música do nosso tempo perdeu a vida. Falo de Luciano Pavarotti, o conhecido tenor de origem Italiana tinha 71 anos e faleceu devido a um cancro no pâncreas. Nascido a doze de Outubro de 1935 nos arredores de Modena, Pavarotti nasce numa família de poucas posses tendo uma infância normal apesar de ter sido marcada pela deslocação forçada da sua família em 1943 devido à segunda guerra mundial. Na escola sempre teve uma preferência especial pelo desporto chegando até, a pensar em ser jogador profissional de futebol. Em 1954 começa a ter aulas de música e mais tarde de canto, trabalhando entretanto em part-time em diversos empregos para se ir mantendo e ir pagando as aulas de música e canto. Ganha um nódulo na garganta e decide deixar a embrionária carreira de tenor, no entanto o nódulo acaba por desaparecer e Luciano volta com a voz que todos conhecemos, como o próprio Pavarotti diz na sua biografia após o desaparecimento do nódulo das cordas vocais - "Everything I had learned came together with my natural voice to make the sound I had been struggling so hard to achieve.". Luciano dedica assim a sua vida à música e chega inclusive a criar espectáculos para angariação de dinheiro para a cruz vermelha, ou para a luta contra a fome entre outros concertos de beneficiência. Para muitos, foi este tenor de aparência simpática e sorridente, que mostrou ao mundo o que era a Ópera mantendo-a um género musical de elite, mas elite conhecida e reconhecida. Actualmente preparava o seu novo álbum, apesar de estar internado num hospital na sua cidade natal. Para sempre ficará a sua voz e os seus enesquecíveis concertos com os amigos Plácido Domingo e José Carreras. Morre uma estrela que nunca morrerá.


terça-feira, setembro 04, 2007

Casa de Areia

Num quintal, perto de um jardim, ali perto da rua da Areia com a X, jaz uma casa branca de coração branco, de borbulha na parede e risos de cetim... outrora fora testemunha de lágrimas de sal, de coentros e flores de jasmim-estrela que rebolavam dias a dias em volta de um arco-íris sem fim... os ventos passam, o jasmim-estrela passa a erva de melissa, as rolas e estranhos guarda-rios passeiam-se no lago verde de douradinhos, mais adiante é comum tropeçar no coaxar de uma rã verde ou dar prioridade a um qualquer caracol vindo desgovernado de uma qualquer direita... com a noite vem a ternura das estrelas, os cantos de corujas nocturnas, ou o sol lunar que incide todos os dias no aconchego de um lençol azul... fazemos falta a esta velha casa como o céu do azul, tem dias que os risos fazem um eco, que a casa cresce e as crianças não brincam... tem dias que o jardim cresce desmesuradamente, que foge a qualquer tipo de luz ou sorriso, esconde-se na sombra, abriga-se do luar e não respeita o arco-íris, existem dias assim... mas o vento sopra com uma vassoura redonda, limpa o céu do escuro, pinta o lago de azul, faz bolhas de sabão quando beija a água, acende lareiras, apaga tristezas... deixa o vento entrar quando as crianças rebolam nos cabelos acariciados por ele, quando a luz reflectida do sol é a mesma que a reflectida na vida... deixa o vento entrar...