terça-feira, setembro 04, 2007

Casa de Areia

Num quintal, perto de um jardim, ali perto da rua da Areia com a X, jaz uma casa branca de coração branco, de borbulha na parede e risos de cetim... outrora fora testemunha de lágrimas de sal, de coentros e flores de jasmim-estrela que rebolavam dias a dias em volta de um arco-íris sem fim... os ventos passam, o jasmim-estrela passa a erva de melissa, as rolas e estranhos guarda-rios passeiam-se no lago verde de douradinhos, mais adiante é comum tropeçar no coaxar de uma rã verde ou dar prioridade a um qualquer caracol vindo desgovernado de uma qualquer direita... com a noite vem a ternura das estrelas, os cantos de corujas nocturnas, ou o sol lunar que incide todos os dias no aconchego de um lençol azul... fazemos falta a esta velha casa como o céu do azul, tem dias que os risos fazem um eco, que a casa cresce e as crianças não brincam... tem dias que o jardim cresce desmesuradamente, que foge a qualquer tipo de luz ou sorriso, esconde-se na sombra, abriga-se do luar e não respeita o arco-íris, existem dias assim... mas o vento sopra com uma vassoura redonda, limpa o céu do escuro, pinta o lago de azul, faz bolhas de sabão quando beija a água, acende lareiras, apaga tristezas... deixa o vento entrar quando as crianças rebolam nos cabelos acariciados por ele, quando a luz reflectida do sol é a mesma que a reflectida na vida... deixa o vento entrar...

Sem comentários: