sábado, junho 30, 2007

Super Bock Super Tallica

Eram quatro da tarde, quando nos encontrávamos no triângulo combinado. Entusiasmados, divertidos e impacientes mas lá entrámos no carro rumo ao sul. A conversa gastava as três horas de bom alcatrão, pelo menos, apenas se bracejou durante uma dúzia de quilómetros por causa do piche bem colocado em sítio indevido. Paragem a meio do percurso - espaço para uma água, mais uma gargalhada e um estalar de ossos de descontracção. Meia hora ou um quarto de hora volvida, e lá continuavam as gargalhadas, as piadas e a miragem negra que nunca parava. Deviam ser umas seis e meia quando, chegados ao nosso destino, sentimos o sabor a pó da fila que nos esperava: "Ok! organizar tropas! porque não ficam as duas e vão trocar os talões? Nós vamos à procura de lugar, vamos ter a Vasco da Gama, ok?". Os talões, fáceis de trocar e com fila mínima, em quinze minutos estavam trocados, mas o lugar, esse, fugia o quanto podia para não nos apanhar. Finalmente foi encontrado um lugar, daqueles esquecidos e um pouco abandonado, mas um lugar como outro qualquer. Bem!, já tocava o telemóvel do outro lado - "Já temos os Bilhetes! vamos apanhar o autocarro para Vasco da Gama, até já!" - e nós, por intervenção divina, lá fomos a calcantes até ao senhor navegador. Quinze minutos depois e lá tocava de novo o telemóvel - "Já estamos com o senhor dos mares, onde andam!" - mais meia hora, e chegávamos ao nosso destino. Bem jantados, recomeçou a viagem contrária mas desta vez, em autocarro. A Sra. Dona Fila já nos esperava e por muitos mais esperou ela. Vento, pessoas e lentidão mas lá conseguimos estar apenas quarenta minutos para trocar os bilhetes já trocados por uma entrada Super! Pessoas, pés e mais pés, cabeças, preto, napas, cabedal, gangas, havia de tudo para ver o cabeça de cartaz. Acabado Satriani, a altura aproximava-se no entanto nem o bom, nem o mau, nem o vilão entravam em palco para o que viria a ser umas das melhores noites musicais das cinquenta mil pessoas que lá estavam. Eis que as badaladas das onze e vinte tocavam, e finalmente o filme com Clint Eastwood começava nas telas. Os Metallica estavam em palco, com toda a força e todo o vigor que sempre tiveram, talvez mais agora, que estão numa nova fase. Enter Sandman, Master of Puppets, Am i evil!, Nothing else matters, Unforgiven, One... Seek and destroy... foi o primeiro concerto da tour europeia e que concerto! Estes senhores estão de volta, e nada velhos, têm feito o trabalho de casa, o alinhamento foi simplesmente fantástico, não tocando nenhuma música do último álbum, mas percorrendo a história da banda com a ajuda a video-clips, imagens e muito fogo de artifício. O "senhor metal", para quem não sabe chama-se James Hetfield e é vocalista dos Metallica, impulsionou as pessoas para outro nível, puxou pelo público como ninguém e todos corresponderam com grande entusiasmo. Encores, e algumas surpresas, era o que os Metallica tinham guardado para o público português, tocando ao todo dezoito músicas durante quase três horas de espectáculo. Infelizmente ficaram, algumas grandes músicas de fora, como a Fuel, no entanto, foi sem dúvida uma noite memorável. A distribuição de baquetas e palhetas acabou a noite, com vários sorrisos e agradecimentos ao público que foram devidamente retribuídos.
A viagem de volta, foi um misto de sorrisos e de sonhos, que ainda dura na cabeça e na alma de quem lá esteve. Quando voltarem cá, contem comigo!

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